Resumo do texto
Mario Celso Petraglia e Alexandre Rangel participam do webinar sobre a Medida Provisória 984 sobre alteração nas regras de transmissão de jogos;
A MP altera principalmente o artigo 42 da lei nº 9.615, de 24 de março de 1998;
O time mandante passa a poder negociar a transmissão com o meio que preferir, seja TV aberta, fechada ou streaming;
O assunto já é antigo e agora pode ajudar na transformação da visibilidade dos jogos, onde antes, o monopólio era da TV aberta;
Com a MP o sportainment ganha força e pode ser uma promessa no Brasil.
O time da Hubstage entra em campo para mais um bate papo de primeira. Na partida de hoje, o tema é a Medida Provisória publicada em 18 de junho deste ano, a MP 984 que altera principalmente as regras de direitos de transmissão, mas abre debate não só para o assunto concessão, como também as mudanças necessárias no rumo do futebol Brasileiro.
Para discutir o assunto, o canal da Hubstage realizou um webinar no Youtube. Marcos Motta e Bichara Neto receberam Mario Celso Petraglia e Alexandre Rangel para o debate.
A Medida Provisória assinada pelo Presidente da República atinge especialmente o artigo 42 da lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. Em resumo, a mudança está na regra de transmissão esportiva, onde estabelece que os direitos de negociação passam a ser do mandante das partidas. A partir do texto, o time mandante pode negociar com o canal que preferir, além de abrir espaço para o digital, streaming e canais fechados.
Vale lembrar que a medida foi adiada por mais 60 dias pelo Congresso Nacional, depois de ter perdido a validade em 17 de agosto.
Da TV para o digital
O futebol Brasileiro sempre foi arte, um dos mais admirados do mundo. Será que essa hegemonia estaria ameaçada por velhos hábitos? O que víamos há 50 anos no esporte ainda prevalece e parece que pouco mudou.
Alexandre Rangel lembra que discussões como essa deveriam ter acontecido há muito tempo, assim como a alteração nos direitos de transmissão que está parada no congresso por anos.
É só parar para pensar como nossos hábitos mudaram durante o passar do tempo. Antigamente a TV era soberana e passávamos boa parte do dia assistindo à uma programação definida. Hoje, com o poder da tecnologia e do digital, nós escolhemos o que e quando ver, em multi-telas, no carro, no ônibus ou mesmo só ouvindo. Então, porque o futebol também não muda?
Para Mário Celso, por todos esses anos, a busca dos clubes foi pela independência, união e geração de novas receitas. Com o cenário onde mudanças favoráveis podem surgir, esse caminho deve ficar mais fácil e ele lembra que “o modelo da TV que nos sustentou até agora acabou”, se referindo às novas tecnologias, como o streaming e a internet.
Cartão amarelo para o Futebol Brasileiro
Os clubes agora têm oportunidades de fazer com que o futebol atraia mais pessoas e canais diferentes. Dessa forma, se abre espaço para os times mais novos. Por isso é muito mais do que direitos de exibição, é fazer com que uma paixão nacional que emprega diversas pessoas possa se renovar e trilhar um caminho de sobrevivência, já que na opinião de Mário, o futebol tem caminhado para um desequilíbrio.
Com a MP 984, na visão de Alexandre, os clubes tendem a ganhar mais do que no modelo de hoje, onde a venda dos direitos de transmissão é única, tanto pelo titular quanto pelo convidado à mesma emissora.
Atualmente o valor é fechado e pago pela emissora e o clube só participa dessa negociação num modelo passivo e isso acaba fechando oportunidades para novos movimentos e criação de produtos esportivos.
A urgência de falar sobre sportainment
Como a percepção é de que o futebol está a beira de um desequilíbrio, dotado de práticas antigas e com o risco de atrair cada vez menos olhares estrangeiros aos clubes brasileiros, este é o momento ideal para tratar de novidades do setor.
Marcos Motta defende o esporte como um produto de entretenimento, como um pacote, tendo modelos internacionais como espelho. O sportainment é um assunto importante a ser tratado que pode influenciar o futuro do mercado brasileiro.
O futebol já é uma paixão, torná-lo inesquecível para que cada partida seja única é uma das preocupações do sportainment. Infelizmente essa estratégia ainda é pouco discutida ou colocada em prática, por isso é tão comum o Brasil conhecer os times de fora. O mundo, em grande parte, só se lembra da seleção daqui.
O quão grande seria o impacto de ver times e jogos sendo tratados como um espetáculo e marcas acreditando nesse potencial? Certamente iríamos ver um novo modelo de esporte, onde a arena ou o sofá de casa se tornariam parte, e não coadjuvantes das partidas. É essa dose de brilho nos olhos, união dos clubes e novidades que o nosso esporte necessita.
A Medida Provisória deve passar por alguns trâmites no Congresso Nacional para ser aprovada e convertida definitivamente em lei, mas a sugestão já começa a abrir espaço para novos debates e reacender a vontade em clubes e sociedade de tornar o esporte cada vez mais moderno e valioso em todos os sentidos.
Apita o árbitro! Final de partida por aqui, mas no canal do Youtube, nas redes sociais e no blog da Hubstage o nosso espetáculo continua para você, amante do esporte.
Tenho experimentado vários modelos de transmissão como espectador: Youtube, facebook, TVs de Clubes, Rádios com vídeos de cabines/estúdios, PremiereFC, Conmebol PPV, SBT, Globo, Band, SporTV, ESPN, Fox Sports, TNT, SporTV Combate ... Vejo um celeiro de grandes oportunidades e um grande vale entre alguns players atuais do mercado. É certamente o momento de conversarmos sobre sportainment.